Um impulso à
Individuação!
A Psicologia Junguiana
A Psicologia Analítica, ou Psicologia Junguiana como é mais conhecida, foi desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung durante seu longo e profícuo percurso de vida profissional (de 1900 a 1956), oferecendo ao mundo um amplo entendimento acerca da mente humana e seu complexo funcionamento. Assim, as teorias de Jung deram corpo a uma vasta obra que trata a psique humana de forma profunda e integral, compreendendo-a como uma totalidade que envolve não somente a consciência (parte conhecida de nossa personalidade) como também o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo.
O inconsciente pessoal é formado pelo conteúdo menos conhecido da personalidade (experiências e lembranças dolorosas que foram reprimidas, conflitos internos de ordem moral, traços de personalidade ainda desconhecidos etc.) mas que é acessível pelo tratamento analítico; enquanto que o inconsciente coletivo se refere às imagens primordiais que fazem parte da experiência histórica da psique humana (podemos dizer que: assim como a genética está para o corpo, os arquétipos, que constituem o inconsciente coletivo, estão para a mente (psique).
Para Jung a PSIQUE é constituída por todos esses aspectos da personalidade, tendo por núcleo o SELF – princípio unificador da totalidade psíquica (arquétipo da inteireza), e está sempre buscando manter a regularidade/harmonia de seu funcionamento interno; dizemos, assim, que a psique é um sistema autorregulador e tende ao movimento da energia psíquica (libido) para se manter saudável. Assim, a estagnação dessa energia psíquica é retratada em nossa vida como doença/desequilíbrio, uma vez que o próprio sistema psíquico nos aponta as falhas que estão acontecendo através de “manifestações do inconsciente”, quer tais manifestações sejam sintomas patológicos, distúrbios psicossomáticos, ou mesmo certos desequilíbrios em nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos.​
​A Psicologia Junguiana tem sobretudo por fundamento a noção de INDIVIDUAÇÃO (processo de individuação), que diz respeito ao nosso amadurecimento ou desenvolvimento psicológico. Podemos mesmo considerar que esse desenvolvimento psíquico é o grande alvo da Psicoterapia Junguiana, que tem por objetivo ajudar os pacientes nesse processo! Estar junto durante as fases mais complicadas desse longo percurso! Mas, atenção: “individuar” não se refere a individualismo, mas sim a se tornar um indivíduo inteiro, integrado em todas as suas potencialidades e características de personalidade. Para tanto, buscamos conhecer a famosa SOMBRA da personalidade, pois sabemos que nela se encontram não somente as nossas “mazelas” que tentamos ocultar da consciência, como também através dela podemos alcançar as riquezas (ex.: dons e talentos) que ficam bem escondidinhas, por falta de oportunidade de se manifestarem ou de se fazerem conhecidas!
Portanto, a abordagem junguiana visa, primordialmente, estabelecer a relação – ou diálogo – entre essas nossas “partes” externas e internas, ou melhor, entre nosso Ego (consciente) e o Self (inconsciente profundo). Chamamos esse procedimento de “fazer a ponte” do eixo ego-self”! Interessante, não?! Uma vez essa ponte construída, isto é, esse diálogo estabelecido, as transformações necessárias ao crescimento pessoal são potencializadas; para tanto, prestamos atenção aos símbolos que vão surgindo na vida do indivíduo. Esse fenômeno também é conhecido por “função transcendente”, como uma terceira via capaz de unificar a dualidade nos aspectos da personalidade (a união dos opostos).
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Importante ainda frisar que a Psicologia Junguiana lida simbolicamente com as experiências da imaginação do indivíduo, por considerar que a IMAGEM é a linguagem da mente humana, a maneira como a psique se comunica! É através da análise das imagens contidas nos complexos pessoais (conteúdo do inconsciente pessoal) que podemos ajudar os pacientes no processo de individuação. Desse modo, a fim de amplificar as imagens apresentadas pelo (a) paciente e entendê-las melhor, tomando-as unicamente em sua linguagem simbólico-metafórica, o tratamento analítico dá atenção a elementos, figuras, representações etc. encontrados em outros campos do conhecimento, tais como na arte, na mitologia, na alquimia, nas religiões comparadas etc., que foram objeto de interesse e de vasta pesquisa por parte de Jung (amplificação/método comparativo adotado por ele).
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Psicóloga Kahlinne Brandão
Psicoterapeuta Junguiana em João Pessoa